Vejo várias
bandeiras pelas ruas:
vermelhas,
azuis, cores do arco-íris
agitadas por
militantes, multidões
Populares,
militares ou civis
muitas
diferenças, ideias e razões
Me desculpe,
meu amigo ou camarada
“entendo” a
sua jornada
mas já não
tenho mais idade
pra esse papo
de “revolução”
Por que não
nos damos às mãos
e juntos, em
sociedade
não fazemos a
cidade
para toda a população?
Os anos
rebeldes passaram
Passaram até
na televisão
Da rebeldia (e
do tempo) juvenil
acredito que ficou
uma lição:
“Longe vá
temor servil”
como diz do
hino, o refrão
que cantamos
na escola
a contragosto,
mas que sabemos agora
a diferença
faz, ter uma única bandeira
desde os
tempos das brincadeiras
Passamos a
vida inteira brigando
Olhando para o
próprio umbigo
Fazendo do
amigo o inimigo
enquanto o
inimigo
e o inimigo do
inimigo
se juntam, se
fazem amigos
E estão no
poder!
E eleitos pelo
direito!
E, doa a quem
doer
querendo ou
não
todos eles nos
representam
como manda na
Constituição
E é difícil
mudar essa situação
porque de
eleição em eleição
elegemos o
ladrão, o ladrão
o ladrão do
ladrão do ladrão
E ninguém
merece perdão
No meio
político, o que vale
é o toma lá dá
cá, a negociata
E por mais que
façamos passeatas
falta um
discurso que nos iguale
Então por que
não formamos
uma única
nação, unidos pelo elo:
branco, azul,
verde e amarelo
se brasileiro,
todos somos?
A bandeira a
ser empunhada
é aquela que
foi hasteada
no pátio, dos
tempos de criança
Tempos de
escola e de esperança
em que se
sonhava
com o futuro...
Hoje o dia a
dia é duro
E muitas
crianças da nossa pátria
ainda não
sabem o que é escola
E, pior, só
sabem o que é esmola
É preciso
quebrar essa rima
Paradigma que
nos assola
Enquanto
houver essa sina
haverão muitas
chacinas
porque criança
fora da escola
é criança
morta!
É juventude
morta!
É futuro
morto, o resto é lorota!
Chega de ser o
país da bola
do carnaval,
do samba no pé
dos patriotas
em tempos de Copa
Valores que
não nos trazem nada
além de um
estereótipo vulgar
Quero que aqui
seja outro lugar:
o país da
ciência, da literatura
do Nobel, da
tecnologia, dos esportes
da igualdade
de oportunidades
O país do
conhecimento...
Mas paro um
momento e vejo
que não há outro
jeito
de mudar a
direção da nação
se não
mandarmos as crianças
às escolas!
E não às
celas, reformatórios
ou (pior)
cadeias... Grades?
Só se forem as
curriculares!
E que essas
crianças
no intervalo
das aulas
no pátio, após
o recreio
cercadas de
verde
sob o céu azul
anil
hasteiem uma
única bandeira
cantando em
uníssono, o refrão:
“Pátria amada,
Brasil!”
Mas até lá,
para essa nação
que sonho,
chegar
a nação de
hoje
tem que se
unir e lutar
por uma única
bandeira:
a bandeira da
educação
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