Falar e escrever, coisas que parecem iguais, mas na realidade acontecem de formas bem diferentes. Dizem até que pensamos uma língua, falamos outra e escrevemos uma terceira. Isso fica muito evidente em algumas ocasiões. Quando candidatos a uma vaga de emprego ou vestibulandos se deparam com uma redação, geralmente o que se pensa e se fala muitas vezes não é o que vai para o papel. Isso decorre da falta de uma outra atividade correlacionada e importantíssima: ler. A leitura é a ponte entre o coloquial e o formal.
Nos dias de hoje a juventude está desenvolvendo cada vez mais uma linguagem própria: a internet com suas abreviações e as gírias, cada vez mais segmentadas por “tribos”. Isso pode ser prejudicial, caso o adolescente não tenha o hábito da leitura. Escrever uma simples frase, com sujeito e predicado, pode se tornar uma tarefa difícil.
O número de “best-selers” vendidos, aumenta a cada dia, o que é um bom sinal, pois demonstra que as pessoas estão lendo mais. Estórias de vampiros, lobisomens, magos, fábulas, estão preenchendo o imaginário da galerinha. O ruim disso é que a falta de consumo de uma literatura mais requintada, principalmente brasileira, faz com que esses “best-leitores” fiquem com um léxico limitado, e também deixam de conhecer uma boa parte da história do Brasil, retratada pelos escritores da época.
Com a globalização, cresceu o número de pessoas atrás de um curso de língua estrangeira. O bom e velho inglês, o espanhol, francês... o mandarim, que é a bola da vez, são cada vez mais falados. O contraditório disso é que nenhuma das línguas é estudada a fundo, nem a língua pátria. O Brasil está formando uma nação de poliglotas semi-analfabetos.
Acho ninguém fala corretamente o dia inteiro, é muito difícil, mas nem por isso podemos deixar de nos policiar e tentar falar da melhor forma possível. Enquanto a maioria achar que escrever é coisa que se faz só quando nos mandam, viveremos essa dualidade entre fala e escrita.
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